Ela entrou com embaraço, tentou sorrir, e perguntou tristemente - se eu a reconhecia?
O aspecto carnavalesco lhe vinha menos do frangalho de fantasia do que do seu ar de extrema penúria. Fez por parecer alegre. Mas o sorriso se lhe transmudou em rito amargo. E os olhos ficaram baços, como duas poças de águas suja...
Então, para cortar o soluço que adivinhei subindo de sua garganta, puxei-a para o pé de mim e, com doçura:

_ Tu és a minha esperança de felicidade e cada dia que passa eu te quero mais, com perdida volúpia, com desesperação e angústia...

Manuel Bandeira

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