'Não demora por favor
Que eu só quero te encontrar
Pra te dar de volta
Tudo o que eu sonhei
Nesse tempo que eu passei a viver depois do fim...'

Lobão

A gente vai se amar

'Enquanto houver estrelas
A brilhar na minha estrada
Pulsarà um coração novo
Atràs de um velho sonho
Que o tempo não levou
Que a força das tormentas não matou...'

Vander Lee


'SIM
Desde que eu te vi
eu te quis
Eu quis te raptar
Eu fiz um altar
Pra te receber
Como um anjo
Que caiu
lá do céu...'

Nando Reis


'(...)chove sobre mim
a chuva que eu mereço.
Invoco forças poderosas.
Quando vou poder
transformar minhas ruínas em rosas?'

Paulo Leminski

Crowded House



Era saudade, sim, eu pude dar nome quando tocou o meu instante com mãos de surpresa e me convidou pra sentir. Eu deixei que crescesse, que expandisse seus ramos, que florisse com calma, sem tentar adiá-la ou entretê-la, essas coisas que às vezes a gente tenta fazer com saudade que machuca, e vez ou outra até consegue. 

Ana Jácomo








Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto.
 
Caio F.Abreu

'Um beijo teu

Que me empreste a alegria...'

O Teatro Mágico 

A espontaneidade e a admiração 
são os adubos naturais que fazem as relações florescerem.

Ana Jácomo

Pratododia

"Como arroz e feijão

perfeita combinação

Soma de duas metades"

O Teatro Mágico 


'Todo encanto dessa moça,
Vai ver era só dizer a ela assim:
Moça por favor, cuida bem de mim.'
 
Marcelo Camelo
Acordei sem a menor dificuldade, espiei a rua em silêncio, muito limpa, as azaléias vermelhas e brancas todas floridas. Parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. Respirei fundo. O ar puro da cidade lavava meus pulmões por dentro. Setembro estava chegando enfim.

Caio F.Abreu


'Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando de mim.'

Cecília Meireles





Quando estamos receptivos, podemos descobrir coisas imperdíveis. Podemos buscá-las ou simplesmente ter o coração aberto para acolhê-las. Um poema, uma música, um alimento, uma palavra, um gesto, um jeito de fazer diferente o que há séculos fazemos da mesma forma, uma habilidade nossa até então ignorada, um detalhe na rua onde passamos todo dia, uma maneira de sorrir que nunca tínhamos percebido naquela pessoa tão amada

Ana Jácomo
A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera, o amor retarda. A paixão repete o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, o amor perdoa. A paixão convence, o amor dissuade. A paixão é desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo. A paixão não pensa, o amor pesa. A paixão vasculha o que o amor descobre. A paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha. A paixão facilita o encontro, o amor dificulta. A paixão não se prepara, o amor demora para falar. A paixão começa rápido, o amor não termina.

Fabricio Carpinejar


Acordei com o amor de Emily e Oliver na cabeça...
Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível.
Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?

Caio F.Abreu
'Deixe que ele respire, como uma coisa viva. E tenha muito cuidado: ele pode quebrar.
Como um bebê ou um cristal: tome-o nas mãos com muito cuidado. Ele pode quebrar, o momento presente. Escolha um fundo musical adequado — quem sabe, Mozart, se quiser uma ilusão de dignidade. Melhor evitar o rock, o samba-enredo, a rumba ou qualquer outro ritmo agitado: ele pode quebrar, o momento presente. Como um bebê, então, a quem se troca as fraldas, depois de tomá-lo nas mãos, desembrulhe-o com muito cuidado também. Olhe devagar para ele, parado no canto do quarto ou esquecido sobre a mesa, entre legumes, ou misturado às folhas abertas de algum jornal. Contemple o momento presente como um parente, um amigo antigo, tão familiar que não há risco algum nessa presença quieta, ali no canto do quarto. Como a uma laranja, redonda, dourada — mas sem fome, contemple o momento presente. Como a cinza de um cigarro que o gesto demorou demais, caída entre as folhas de um jornal aberto em qualquer página, contemple o momento presente. E deixe o vento soprar sobre ele.
Desligue a música, agora. Seja qual for, desligue. Contemple o momento presente dentro do silêncio mais absoluto. Mesmo fechando todas as janelas, eu sei, é difícil evitar esses ruídos vindos da rua. Os alarmes de automóveis que disparam de repente, as motos com seus escapamentos abertos, algum avião no céu, ou esses rumores desconhecidos que acontecem às vezes dentro das paredes dos apartamentos, principalmente onde habitam as pessoas solitárias. Mas não sinta solidão, não sinta nada: você só tem olhos que olham o momento presente, esteja ele — ou você — onde estiver. E não dói, não há nada que provoque dor nesse olhar.
Não há memória, também. Você nunca o viu antes. Tenha a forma que tiver — um bebê, um cristal, um diamante, uma faca, uma pera, um postal, um ET, uma moça, um patim — ele não se parece a nada que você tenha visto antes.
Só está ali, à sua frente, como um punhado de argila à espera de que você o tome nas mãos para dar-lhe uma forma qualquer — um bebê, um cristal, um diamante e assim por diante. E se você não o fizer, ele se fará por si mesmo, o momento presente. Não chore sobre ele. No máximo um suspiro. Mas que seja discreto, baixinho, quase inaudível. Não o agarre com voracidade — cuidado, ele pode quebrar. Não ria dele, por mais ridículo que pareça. Fique todo concentrado nessa falta absoluta de emoção. Não espere nada dele, nenhuma alegria, nenhum incêndio no coração. Ele nada lhe dará, o momento presente.
Deixe que ele respire, como uma coisa viva. Respire você também, como essa coisa viva que você é. Contemple-o de frente, igual àquela personagem de Clarice Lispector contemplando o búfalo atrás das grades da jaula do jardim zoológico. Você pode estender a mão para ele, tentar uma carícia desinteressada. Mas será melhor não fazer gesto algum.
Ele não reagirá, mesmo todo pulsante, ali à sua frente.
Respire, respire. Conte até dez, até vinte talvez. Daqui a pouco ele vai começar a se transformar em outra coisa, o momento presente. Qualquer coisa inteiramente imprevisível? Você não sabe, eu não sei, ele não sabe: os momentos presentes não têm o controle sobre si mesmos. Se o telefone tocar, atenda. Se a campainha chamar, abra a porta. Quando estiver desocupado outra vez, procure-o novamente com os olhos. Ele já não estará lá. Haverá outro em seu lugar. E então, como a um bebê ou a um cristal, tome-o nas mãos com muito cuidado. Ele pode quebrar, o momento presente. Experimente então dizer “eu te amo”. Ou qualquer coisa assim, para ninguém.'

Caio F.Abreu

Fast Car , Tracy Chapman

Quando setembro vier,
De tão azul, o céu parecerá pintado.
Caio Fernando Abreu
You're In My Heart  , do Rod Stewart

Lindo e profundo filme.

Depois de  Minha Vida sem mim, assisti a outro filme espanhol com  a Sara Polley chamado A Vida secreta das Palavras, dessa vez contracenando com Tim Robbins


'Dor, solidão, obscuridade, silêncio, amor, lágrimas, esperança são tudo palavras que cabem nesta história, onde ainda há espaço para falar do súbito silêncio que se produz antes de uma tempestade; de vinte e cinco milhões de ondas; de um cozinheiro espanhol (Javier Cámara) e um ganso. E acima de tudo, sobre o poder do amor, mesmo nas mais terríveis circunstâncias.
Na nota de intenções do filme, a realizadora remete a mensagem para uma frase de Lê Thi Diem Thúy, escritor vietnamita: "Deixa que a palavra seja humilde, saibam que o mundo não começou com palavras, mas sim com dois corpos abraçados, um chorando e o outro cantando'
de Ricardo A. P. Martins




Só porque eu estava assistindo a Bridget ...


' Meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha à beira-mar. a brisa sopra...'


Caio F.Abreu
"A vida, bordadeira de surpresas bonitas que também é, de vez em quando borda no tecido do caminho da gente umas histórias aparentemente sem pé nem cabeça, mas com muito coração."

Ana Jácomo

Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive.

Caio Fernando Abreu
 
Tenho vontade de escrever e não consigo (...) 
O que escrevo está sem entrelinha? Se assim for, estou perdida.

Há um livro em cada um de nós
 
in Um Sopro de Vida
Clarice Lispector
 
Ouça com o coração quando quase lhe parecer silêncio: é o meu amor falando baixinho só pra não acordar o seu medo de amar.
Ana Jácomo
Não me agüentava, mas ia. Sempre fui quando não me agüentava; a verdade é que sempre sou quando não me suporto.

Fabrício Carpinejar

"A você, que em toda manhã regressa 
de seu mais fundo 
e ninguém repara o seu esforço para subir à superfície."

Carpinejar

'A minha dor eu resolvo. A dor do outro não sei aonde colocar, onde me colocar. Faço como a minha avó Elisa. Quando alguém recusava um abraço, ela pedia para devolvê-lo.
Devolver o abraço é a dor do outro.'

Fabrício Carpinejar
Já não quero ser grande, forte, inatingível. Quero ser, por hora, de um tamanho que eu ainda me reconheça, que ainda saiba me encontrar no passado ou um dia no futuro. Quero ser humana, quero ser carne e osso, quero sentir, quero tocar… quero poder ser isso que sou na medida qualquer do tempo, estar sempre pronta a me recompor das tempestades. Não devo estar tão errada… Há tanta água no oceano que se deixa evaporar pelo único prazer de voltar a ser uma gota de chuva.

Cah Morandi

'I want to know, have you ever seen the rain?
I want to know, have you ever seen the rain?
Comin' down on a sunny day'

*ao som do incrível  Rod Stewart
Posso não saber nada do coração das gentes, mas tenho a impressão, de que, de tudo, o pior é quando entra a segunda parte da letra de “Atrás da porta”, ali no quando “dei pra maldizer o nosso lar pra sujar teu nome, te humilhar”. Chico Buarque é ótimo pra essas coisas. Billie Holiday é ótima pra essas coisas. E Drummond quando ensina que “o amor, caro colega, esse não consola nunca de núncaras”. Aí você saca que toda música, toda letra, todo poema, todo filme, toda peça, todo papo, todo romance, tudo e todos o tempo todo, antes, agora e depois, falam disso. Que o que você sente é único & indivisível e é exatamente igual à dor coletiva, da Rocinha a Biarritz.

Caio F.Abreu
Eu amo desorganizado, desvergonhado. Tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. Não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte. A confusão é quase uma solidão adicional. Uma solidão emprestada. Sou daqueles que pedirá desculpa por algo que o outro nem chegou a entender, que mandará nova carta para redimir uma mágoa inventada, que estará se cobrando antes de dizer. Basta alguém me odiar que me solidarizo ao ódio. Quisera resistir mais. Mas eu faço comigo a minha pior vingança. Amar demais é o mesmo que não amar. A sobra é o mesmo que a falta. Desejava encontrar no mundo um amor igual ao meu. Se não suporto o meu próprio amor, como exigir isso? Um dia li uma frase de Hegel: “Nada de grande se faz sem paixão”. Mas nada de pequeno se faz sem amor. (…) Não me dou paz sequer um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a respiração e virar asma. Até a minha insegurança é amor.
Fabrício Carpinejar
'Muito amor demais, é o que tem para hoje.'
[Jaya]
Vem, que eu quero te mostrar o papel cheio de rosas nas paredes do meu novo quarto, no último andar, de onde se pode ver pela pequena janela a torre de uma igreja. quero te conduzir pela mão pelas escadas dos quatro andares com uma vela roxa iluminando o caminho para te mostrar as plumas roubadas no vaso de cerâmica, até abrir a janela para que entre o vento frio e sempre um pouco sujo desta cidade. Vem, para subirmos no telhado e, lá do alto, nosso olhar consiga ultrapassar a torre da igreja para encontrar os horizontes que nunca se veem, nesta cidade onde estamos presos e livres, soltos e amarrados. quero controlar nervoso o relógio, mil vezes por minuto, antes de ouvir o ranger dos teus sapatos amarelos sobre a madeira dos degraus e então levantar brusco para abrir a porta, construindo no rosto um ar natural e vagamente ocupado, como se tivesse sido interrompido em meio a qualquer coisa não muito importante, mas que você me sentisse um pouco distante e tivesse pressa em me chamar outra vez para perto, para baixo ou para cima, não sei, e então você ensaiasse um gesto feito um toque para chegar mais perto, apenas para chegar mais perto, um pouco mais perto de mim. Então quero que você venha para deitar comigo no meu quarto novo, para ver minha paisagem além da janela, que agora é outra, quero inaugurar meu novo estar-dentro-de-mim ao teu lado, aqui, sob este teto curvo e quebrado, entre estas paredes cobertas de guirlandas de rosas desbotadas. Vem para que eu possa acender incenso do Nepal, velas da Suécia na beirada da janela, fechar charos de haxixe marroquino, abrir armários, mostrar fotografias, contar dos meus muitos ou poucos passados, futuros possíveis ou presentes impossíveis, dos meus muitos ou nenhuns eus.Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida. porque nada mais sou além de chamar você agora, porque tenho medo e estou sozinho, porque não tenho medo e não estou sozinho, porque não, porque sim, vem e me leva outra vez para aquele país distante onde as coisas eram tão reais e um pouco assustadoras dentro da sua ameaça constante, mas onde existe um verde imaginado, encantado, perdido. Vem, então, e me leva de volta para o lado de lá do oceano de onde viemos os dois.

- Caio Fernando Abreu
Pois que podia pensar e falar ao mesmo tempo,
independente do pensamento ser a
palavra ou da palavra ser o pensamento.

Caio Fernando Abreu
"Por mais disciplinada e responsável que eu seja,
aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO."

Martha Medeiros
' Quem vê você chegar com tantas cores
E vê você passar perto das flores. Parece que elas querem te roubar...'

Ao som de Tiê

"Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe.
E ele conta. Com a calma e a clareza que tem."


Ana Jácomo

Tudo em mim anda a mil
tudo assim tudo por um fio
tudo feito tudo estivesse no cio
tudo pisando macio tudo psiu
tudo em minha volta anda às tontas
como se as coisas fossem todas
afinal de contas”

Paulo Leminski
Hoje pensei sério: se me perguntassem o que mais desejo na vida, não saberia responder. Quero tudo.
.Caio Fernando Abreu
S ó de s a c a n a g e m
de Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova ?
Por quantas provas terá ela que passar ?Tudo isso que está aí no ar,
Malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro,
Que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu,
Para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
E eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz,
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples
de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam:
“não roubarás”, “devolva o lápis do coleguinha”, “esse apontador não é seu,
minha filhinha”.

Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar,
E sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste:
Esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.

Pois bem, se mexerem comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
Então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba!”
E eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval,
Vou confiar mais e outra vez.

Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
Vamos pagar limpo a quem a gente deve, e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: “É inútil, todo mundo aqui é corrupto,
Desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram ? IMORTAL.
Sei que não dá para mudar o começo, mas se a gente quiser,
Vai dar pra mudar o final !

' Tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parada. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim.'

CaioF.
' Tô nem aí pro futuro, pra celulite, tô nem aí para queixas datadas, tô nem aí pro telefone mudo, pro preço do combustível, tô nem aí se vai chover amanhã, se o presidente vai viajar, se vai voltar, tô nem aí. Tô nem aí pros especuladores da vida alheia...

Pros sentimentos das pessoas, tô aí. Para seus desejos e dúvidas, para seus medos e ousadias, tô aí. Para tudo aquilo que tem consistência, para tudo aquilo que nos comove, para o leve e o denso, para a alegria genuína e para o luto, tô aí, sim.

Tô nem aí para quantas calorias tem um bife, tô nem aí pra corrida espacial, se há vida após a morte, tô nem aí pro carro do ano, pra musa do próximo verão, pro gol mais bonito do domingo, pra manchete da capa de amanhã.

Para a grosseria e a falta de delicadeza que corrói as relações, tô aí. Para a brutalidade das pessoas, pro egoísmo, pra falta de educação e civilidade, para todos que possuem uma nuvem preta acima da cabeça e a carregam pra onde quer que vão, tô aí e me dói profundamente.

Tô nem aí pro que foi decidido na reunião de condomínio, na reunião de cúpula, na reunião de mães, nas reuniões que duram mais de dez minutos, tô nem aí pro salário dos outros, pras novas tendências...

Tô aí pra alguns, pros meus. Tô aí e estou aqui. Estou atenta. Estou dentro. Estou me vendo. Estou tentando. Estou querendo. Estou a postos só para o mínimo, o máximo. Para o que importa mesmo. Para o mistério. A verdade. O caos. O céu. O inferno. Essas coisas.

No mais, tô nem aí. Refrão e desabafo.'

Martha Medeiros
"Mudanças produzem ansiedade.Tentar sair do emprego em que me pagam mal ou estou infeliz; enfrentar pai ou mãe opressivos; romper um relacionamento amoroso que me diminuiu esmaga; evitar um convívio em que um se anula para que o outro tripudie, num processo de servidão que gera ressentimento e culpa.Sair do estabelecido e habitual, mesmo ruim, é sempre perturbador. O desejo de ser mais livre é forte, o medo de sair da situação conhecida, por pior que ela seja, pode ser maior ainda. Para nos organizarmos precisamos desmontar, refazer esse enigma nosso e descobrir qual é, afinal, o projeto de cada um de nós."

Lya Luft

* foto e trecho eu tirei do blog da Dani
Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco-sem-saída.
Clarice Lispector

Não me leve a mal
Me leve apenas para andar por aí ♪

Chico Buarque.


Pros meus dias de molho em casa, to abusando da HBO e seus derivados...revi um mega filme água com açucar que eu aaaamo de paixão:  Sweet Home Alabama.

- Por que você quer continuar casada comigo?

- Pra eu poder te beijar quando eu quiser


Ao som de



'Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo
, de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre 
capaz de amar e de acreditar outra vez.… uma solidão de artista e um ar 
sensato de cientista.[…] tem aquele gosto doce de menina romântica e 
aquele gosto ácido de mulher moderna.'

Caio Fernando Abreu
 
 
Esse trecho é a cara da minha mãezinha...



'e tudo é natural, 
basta nao teres medos excessivos 
- trata-se apenas de preservar o azul das tuas asas.'
 
CaioF.
Divulgando a Campanha  'salve a casa do escritor Caio Fernando Abreu'. Vamos divulgar e ajudar
a difundir essa idéia.



Amor é palavra que inventamos para dar nome ao Sol abstrato em torno do qual giram nossos pequeninos egos ofuscados, entontecidos, ritmados.
         Caio Fernando Abreu

É muito certo que virá um riso espontâneo
se o pensamento der espaço a memória
ou se o livro abrir na poesia grifada.
Guardamos vestígios para que nunca,
em hipótese alguma, possamos esquecer…
Embora as tentativas sejam inúmeras,
voltamos a tempo de que ela não se apague,
não se perca, não se transfira para o jamais…
Voltar faz o futuro mais seguro.
Não fecho o coração para o passado,
Abro as portas e as janelas:
Eu saberei aonde me encontrar.

Cáh Morandi
 
Esse selinho lindo foi a Paulinha Leite quem me deu...
Meu primeiro selinho..uhu!!!

Com ele vem vem umas questões a serem respondidas...então lá vai!

1. O que te inspira?
A vontade de viver

2. Oferecer a 5 blogs fontes de sua inspiraçao:
Tô escolhendo com calma

3. Comentar sobre o blog da autora.
 Ah, Paulinha falar sobre seu blog é sentir toda essa sua emoção de menina-mulher.
Fofo e profundo ao mesmo tempo, em todos os detalhes.
Muito obrigada por esse selinho tão especial!
 beijos



Sabe o que quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela, não poderia mais sentir a mim mesma.

Clarice Lispector
É preciso cuidado com o arisco, senão ele foge. É preciso aprender a se movimentar dentro do silêncio e do tempo.

Caio F.Abreu
Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida.
Verônica H.
Não há lugar para onde correr: as mudanças,quando precisam acontecer, sabem como nos encontrar.
Ana Jácomo
Amor é palavra que inventamos para dar nome ao Sol abstrato em torno do qual giram nossos pequeninos egos ofuscados, entontecidos, ritmados.
.Caio Fernando Abreu
''Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar. Não negue, apareça. Seja forte. Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto. Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates... Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe? ''

Caio F.Abreu
'Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e
de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre 
capaz de amar e de acreditar outra vez.… uma solidão de artista e um ar 
sensato de cientista.[…] tem aquele gosto doce de menina romântica e 
aquele gosto ácido de mulher moderna.'

Caio Fernando Abreu.
'Que me desculpem os apáticos,
não tenho medo de sentir.
Eu sinto muito...'

Ana Jácomo
'Mas a gente vai à luta
e inventa um novo sonho,
uma esperança, mesmo recauchutada:
vale tudo
menos chorar tempo demais.
Pois sempre há coisas boas para pensar.
Algumas se realizam.
Criança sabe disso' 
 
Lya Luft
'A propósito, o controle excessivo também cria:
rugas,
estresse,
tensão muscular, 
 
dores de cabeça metafóricas e literais,
além de um coração encolhido e mal-humorado.
Se não dá pra gente controlar, melhor apostar em lidar com
a vida com mais alegria e leveza.
Seja lá o que tiver que acontecer,
o caminho, ao menos, vai ser mais agradável'

Ana Jácomo
 'Paciência só para o que importa de verdade.
Paciência para ver a tarde cair.
Paciência para sorver um cálice de vinho.
Paciência para a música e para os livros.
Paciência para escutar um amigo.
Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.
Pra enrolação…atalho.'

Martha Medeiros

' Tem vez que cansa. Cansam portas fechadas, chaves que não abrem as portas fechadas, a angústia por ainda não se saber como abri-las. A vontade que tece o seu ninho nos galhos mais verdejantes e passa tempos chocando ovos que parecem que não vão mais se romper. A espera pelo voo das borboletas que demoram crisálidas para se desvencilhar dos casulos. O repetido surgimento do não quando a vida da gente prepara incansáveis banquetes de boas-vindas para o sim. O quase que se prolonga tanto que causa a impressão de ser interminável. E, à espreita, sempre acompanhando os movimentos da nossa coragem, à distância, a perigosa perspectiva do nunca, aguardando cada brecha criada pelo cansaço para tentar nos dissuadir dos nossos propósitos.
Tem vez que cansa, sim. E parece que somos incapazes de mais um único passo fora do território do nosso cansaço. O ânimo desaparece sem deixar vestígios, pegadas na areia que nos levem até onde as suas águas refluem. Sabemos que ele permanece lá, em algum lugar que temporariamente não acessamos, como o sol por trás de nuvens que querem chover mas não conseguem. Sabemos que ele está lá e que precisa apenas de um tempo para se recompor. Para soprar as nuvens e voltar à cena. Para retomar o caminho com a gente. Para nos lembrar outra vez, depois de outras tantas, que, aconteça o que acontecer, sob hipótese alguma queremos desistir do que nos importa.
Tem vez que cansa. E parece que não há nada que possamos nos dizer que revitalize, de imediato, a crença na nossa capacidade de transformação. Não é raro, sequer conseguimos ouvir a nós mesmos, a comunicação interrompida pelos ruídos momentâneos da negatividade. Aquela conversa fiada mental que não nos leva a nenhum lugar bacana, o olhar estreito que não vê coisa alguma além do nosso próprio desânimo. Esse cansaço às vezes é acompanhado por uma tristeza muito doída, que pede o nosso melhor abraço; outras, por uma raiva que pode se fantasiar com um monte de disfarces. Quando a gente se cansa em demasia, o coração não canta, as cores desbotam, o tempo se arrasta pelos dias como se estivesse preso a imensas bolas de ferro.
Tem vez que a vida da gente cansa. Pele sem viço, olhos sem lume, pés doloridos, os ombros retesados pelo peso que carregamos. Cansa e precisa sentar um pouco para descansar, respirar grande, recobrar o fôlego. Cansa e procura sombras de árvores, banhos de silêncio, acalantos capazes de fazer os medos dormirem. Cansa e pede alegria, esse hidratante natural maravilhoso, também indicado para as fases de ressecamento da alma. Cansa e quer nossa atenção amorosa, nossa escuta sensível, nosso cuidado macio, a generosidade própria dos amantes, essas dádivas que afrouxam apertos, massageiam a coragem, e fazem toda diferença do mundo, não importa qual seja a textura do sentimento da vez.
Tem vez que a vida da gente cansa e, se for suficientemente amada, depois retoma o caminho ainda mais forte. Ainda mais bela, carregada de brotos das flores que mais dizem nossa alma. Inteira'
 
Ana Jácomo

'Mas a esperança é sempre mais teimosa do que eu'

Carpinejar
 
 
 
ouvindo Diante do Trono
'Para mim poderoso não é aquele que descobre o ouro.
Poderoso pra mim é aquele que descobre
as insignificâncias do mundo
e as nossas
Por essa pequena sentença
me elogiaram de imbecil
Fiquei emocionado
e chorei
Sou fraco para elogios.'
 
Manoel de Barros

'Você pode calcular quantas toneladas de luz 
comporta um simples roçar de mãos?'

Ferreira Gullar
 
 
 
' Nascemos todos os dias, quando nasce o Sol.
Começa hoje mesmo a vida que te resta.'

Lygia Fagundes Telles
'A mesma articulação que tenho para reclamar,
tenho para agradecer.
E, se posso me adornar com a alegria,
não é a tristeza que eu vou tecer.'

Marla de Queiroz
'Passamos a amar quando telefonamos para ficar em silêncio. '


Carpinejar
'Passava os dias ali,
quieto,
no meio das coisas miúdas.
E me encantei.'


Manoel de Barros
O amor nunca morre de morte natural. Anaïs Nïn estava certa.
Morre porque o matamos ou o deixamos morrer.
Morre envenenado pela angústia. Morre enforcado pelo abraço. Morre esfaqueado pelas costas. Morre eletrocutado pela sinceridade. Morre atropelado pela grosseria. Morre sufocado pela desavença.
Mortes patéticas, cruéis, sem obituário e missa de sétimo dia.
Mortes sem sangramento. Lavadas. Com os ossos e as lembranças deslocados.
O amor não morre de velhice, em paz com a cama e com a fortuna dos dedos.
Morre com um beijo dado sem ênfase. Um dia morno. Uma indiferença. Uma conversa surda. Morre porque queremos que morra. Decidimos que ele está morto. Facilitamos seu estremecimento.
O amor não poderia morrer, ele não tem fim. Nós que criamos a despedida por não suportar sua longevidade. Por invejar que ele seja maior do que a nossa vida.
O fim do amor não será suicídio. O amor é sempre homicídio. A boca estará estranhamente carregada.
Repassei os olhos pelos meus namoros e casamentos. Permiti que o amor morresse. Eu o vi indo para o mar de noite e não socorri. Eu vi que ele poderia escorregar dos andares da memória e não apressei o corrimão. Não avisei o amor no primeiro sinal de fraqueza. No primeiro acidente. Aceitei que desmoronasse, não levantei as ruínas sobre o passado. Fui orgulhoso e não me arrependi. Meu orgulho não salvou ninguém. O orgulho não salva, o orgulho coleciona mortos.
No mínimo, merecia ser incriminado por omissão.
Mas talvez eu tenha matado meus amores. Seja um serial killer. Perigoso, silencioso, como todos os amantes, com aparência inofensiva de balconista. Fiz da dor uma alegria quando não restava alegria.
Mato; não confesso e repito os rituais. Escondo o corpo dela em meu próprio corpo. Durmo suando frio e disfarço que foi um pesadelo. Desfaço as pistas e suspeitas assim que termino o relacionamento. Queimo o que fui. E recomeço, com a certeza de que não houve testemunhas.
Mato porque não tolero o contraponto. A divergência. Mato porque ela conheceu meu lado escuro e estou envergonhado. Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhas.
Mato porque aguardava o elogio e recebia de volta a verdade.
O amor é perigoso para quem não resolveu seus problemas. O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende, fala as coisas mais extraordinárias sem recuar. O amor é a boca suja. O amor repetirá na cozinha o que foi contado em segredo no quarto. O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa. Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever.
O amor é sempre assassinado. Para confiarmos a nossa vida para outra pessoa, devemos saber o que fizemos antes com ela.
- Fabrício Carpinejar


O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das traições . Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações, da falta de brilho

Anais Nin